sábado, 8 de setembro de 2012

O baiano conquistador de gigantes


Gui Bamberg

Após passar por agências como Propeg, DM9, Ideia 3, Rocha Azevedo e The Marketing Store, o baiano Gui Bamberg colocou em prática a ideia de trabalhar inteligência tecnológica para gerar soluções promocionais diferenciadas para seus clientes.
Após quatro anos de lançada, a Bamberg Comunicação não para de crescer e tem em sua carteira de clientes, marcas como a Pirelli, LG, Castrol, Peugeot, Visa, Mastercard, Diners, GM, Claro e Cielo.

Tabuleiro Publicitário: Como nasceu a ideia de trabalhar com promoção?
Gui Bamberg: Desde 1999 quando percebi que apenas propaganda não gerava o resultado esperado pelos clientes. Eu tinha agência de propaganda e sabia que essa era uma ferramenta importante, mas de difícil medição de resultados.

T.P.: O que é Tecnologia Promocional?
G.B.: É saber entender as tecnologias disponíveis e saber utilizá-las como canal para criação e gestão de soluções promocionais diferenciadas em incentivo, sorteio, promoção, fidelidade, ativação em geral.

T.P.: O que a relação entre tecnologia e promoção traz de novo para o anunciante e para o consumidor? Como este novo formato de promoção que você propõe vai mudar o setor?
G.B.: Uma forma transparente e em real time de gerir a ação promocional e entregar o ROI aos nossos clientes.

T.P.: Quais as principais diferenças entre uma ação promocional e uma ação com o uso da tecnologia promocional? Trata-se apenas da instantaneidade?
G.B.: Não apenas a instantaneidade, que é um ponto crucial para a motivação do participante da promoção, mas o fato de podermos criar soluções e mecânicas limpas, ou seja, com uma brutal redução de custos operacionais em roupas, balões, cupons, urnas, etc.

T.P.: Nos dias atuais fala-se muito em sustentabilidade, meio ambiente... é possível relacionar essas questões às promocionais? Como?
G.B.: Claro, quando você evita a utilização excessiva de recursos naturais: nossas ações quase não consomem papel, madeira, energia elétrica, entre outros custos que o cliente arca e que em nada influenciam no resultado da ação.

T.P.: Você conviveu por nove anos com Graham Kemp. Qual o maior aprendizado que você teve desta convivência? O que você aconselha aos profissionais que estão no mercado atual?
G.B.: Fazer com que uma ação promocional, de qualquer tipo, seja prazerosa, traga a marca para uma experiência real com seus consumidores. Que gere tanto prazer quanto o prazer da compra.

T.B.: Você passou por inúmeras agências baianas, é baiano e, temos percebido que as ações promocionais na Bahia estão muito iguais. Você as tem acompanhado? O que você acha delas?
G.B.: Salvador, especificamente, baseia-se muito na cultura carnavalesca. Além disso, começou tarde a desenvolver o mercado promocional. É natural. Está em amadurecimento. É uma contradição pois o Estado inteiro possui atrativos para gerar grandes ações, mas fica-se preso ao Carnaval. Recife, por exemplo, vem crescendo e se estruturando profissionalmente.

T.B.: Qual a maior crítica ao mercado de promoção nacional? Podemos dizer que ele já está amadurecido?
G.B.: Não. A maior crítica é que não temos o mesmo formato de negócio das agências de propaganda. A propaganda é um negócio mais maduro. Existem contratos. As concorrências de contas médias e grandes têm perfil mais definido. Curiosamente, a promoção começou antes da propaganda, mas tornou-se um mercado de menor importância, sobretudo pelo fenômeno da televisão, a partir dos anos 50, nos Estados Unidos. Os empresários do setor promocional têm que abominar o termo “bellow the line”, por exemplo. Porque somos responsáveis por mais da metade das verbas  de comunicação, trazemos medição de resultados, fazemos campanhas de vendas e de incentivo que efetivamente são responsáveis por crescimento dos negócios, empregamos mais que a indústria da propaganda. O problema é ficar se comparando com a propaganda e isso chega ao cliente. Somos complementares, um não anda sem o outro, então me responda porque temos que ter  tratamento diferente no formato comercial do negócio?

T.P.: Qual a sua relação com a Ampro? E qual a importância da Associação para o setor?
G.B.: Acho que a Ampro vem buscando saídas, vem se reinventando. Por outro lado, ainda não há um consenso com relação ao comportamento frente ao cliente. Não estamos unidos, coesos sobre termos cruciais como o modelo de concorrência, remuneração, contratos, estrutura operacional das agências. Ainda tem fornecedor de promoção concorrendo com agência, ainda tem agência de cinco pessoas competindo com médias e grandes. Isso tem que acabar.

T.B.: A sua empresa cresceu mais de 20% em 2011, comparado ao ano anterior. Chegou a um faturamento bruto superior a R$ 15 milhões. E agora? O que espera do futuro? E o que podemos esperar da Bamberg Comunicação?
G.B.: Inovação. Por mais que o mercado ainda tenha medo de inovar, embora só fale em inovação, temos que seguir em frente. É o nosso modelo. Inovar é sentir frio na barriga todas as vezes em que se começa algo, pois não se tem referências. Temos que ser precisos, estudiosos, testar muito antes, homologar sistemas, fazer protótipos e assim garantir uma entrega, uma gestão perfeita. Sobre o crescimento: não ganhamos dinheiro intermediando empresas. Nesse aspecto não somos uma “agencia”, na concepção tradicional da palavra. Nosso negócio é cobrar e bem para desenvolver e entregar soluções diferenciadas aos nossos clientes. Nosso portfólio é uma prova disso. Não há quem faça o que fazemos no mercado.

T.B.: A ideia de Tecnologia Promocional parece ser cara, financeiramente falando, não?
G.B.: Ao contrario. Uma ação analógica, tradicional, custa às vezes o dobro das nossas soluções. A tecnologia serve para isso: minimizar custos operacionais e garantir um retorno sobre o investimento em tempo real, de forma transparente aos nossos clientes. Há quem se surpreenda com o que fazemos aqui. Outro dia um cliente nos deixou muito felizes. Ele disse: “o que vocês fazem não é só promoção. É ciência”. Um outro importante cliente nos disse: “Vocês estão criando um novo mercado”. Essas coisas justificam a enorme responsabilidade que temos aqui.


T.B.: Qual o case de maior sucesso? Aquele que surpreendeu até a agência? E qual aquele que você mais tem orgulho de dizer “fui eu quem fiz”?
G.B.: Difícil dizer sem ser injusto com alguém. Nosso acervo é farto. Claro que existe aquele negócio do “primeiro sutiã a gente nunca esquece”, não é? E o nosso primeiro sutiã foi o desafio de criar uma ação que não existia similar no mundo: a criação de uma ação de premiação instantânea para cartões de crédito e débito diretamente nas maquininhas de POS. Quebramos a cabeça quatro meses. A gente foi lá e fez. Temos muito orgulho. Essa ação abiu as portas para soluções em móbile, rádio freqüência, e tantas outras tecnologias. Eu os convido a conhecer o nosso acervo. Aqui nós não temos produtos “de prateleira”. Cada solução é exclusiva, nova e o que já fizemos a gente chama de “Nosso museu de novidades”, plagiando Cazuza.

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