Gui Bamberg |
Após passar por agências como Propeg, DM9, Ideia 3, Rocha Azevedo e The
Marketing Store, o baiano Gui Bamberg colocou em prática a ideia de trabalhar
inteligência tecnológica para gerar soluções promocionais diferenciadas para
seus clientes.
Após quatro anos de lançada, a Bamberg Comunicação não para de crescer e
tem em sua carteira de clientes, marcas como a Pirelli, LG, Castrol, Peugeot,
Visa, Mastercard, Diners, GM, Claro e Cielo.
Tabuleiro Publicitário: Como nasceu a ideia de
trabalhar com promoção?
Gui Bamberg: Desde 1999 quando percebi que apenas
propaganda não gerava o resultado esperado pelos clientes. Eu tinha agência de
propaganda e sabia que essa era uma ferramenta importante, mas de difícil
medição de resultados.
T.P.: O que é Tecnologia Promocional?
G.B.: É saber entender as tecnologias disponíveis e
saber utilizá-las como canal para criação e gestão de soluções promocionais
diferenciadas em incentivo, sorteio, promoção, fidelidade, ativação em geral.
T.P.: O que a relação entre tecnologia e promoção
traz de novo para o anunciante e para o consumidor? Como este novo formato de
promoção que você propõe vai mudar o setor?
G.B.: Uma forma transparente e em real time de
gerir a ação promocional e entregar o ROI aos nossos clientes.
T.P.: Quais as principais diferenças entre uma ação
promocional e uma ação com o uso da tecnologia promocional? Trata-se apenas da
instantaneidade?
G.B.: Não apenas a instantaneidade, que é um ponto
crucial para a motivação do participante da promoção, mas o fato de podermos
criar soluções e mecânicas limpas, ou seja, com uma brutal redução de custos
operacionais em roupas, balões, cupons, urnas, etc.
T.P.: Nos dias atuais fala-se muito em
sustentabilidade, meio ambiente... é possível relacionar essas questões às
promocionais? Como?
G.B.: Claro, quando você evita a utilização
excessiva de recursos naturais: nossas ações quase não consomem papel, madeira,
energia elétrica, entre outros custos que o cliente arca e que em nada
influenciam no resultado da ação.
T.P.: Você conviveu por nove anos com Graham Kemp.
Qual o maior aprendizado que você teve desta convivência? O que você aconselha
aos profissionais que estão no mercado atual?
G.B.: Fazer com que uma ação promocional, de
qualquer tipo, seja prazerosa, traga a marca para uma experiência real com seus
consumidores. Que gere tanto prazer quanto o prazer da compra.
T.B.: Você passou por inúmeras agências baianas, é
baiano e, temos percebido que as ações promocionais na Bahia estão muito
iguais. Você as tem acompanhado? O que você acha delas?
G.B.: Salvador, especificamente, baseia-se muito na
cultura carnavalesca. Além disso, começou tarde a desenvolver o mercado
promocional. É natural. Está em amadurecimento. É uma contradição pois o Estado
inteiro possui atrativos para gerar grandes ações, mas fica-se preso ao
Carnaval. Recife, por exemplo, vem crescendo e se estruturando
profissionalmente.
T.B.: Qual a maior crítica ao mercado de promoção
nacional? Podemos dizer que ele já está amadurecido?
G.B.: Não. A maior crítica é que não temos o mesmo
formato de negócio das agências de propaganda. A propaganda é um negócio mais
maduro. Existem contratos. As concorrências de contas médias e grandes têm
perfil mais definido. Curiosamente, a promoção começou antes da propaganda, mas
tornou-se um mercado de menor importância, sobretudo pelo fenômeno da televisão,
a partir dos anos 50, nos Estados Unidos. Os empresários do setor promocional
têm que abominar o termo “bellow the line”, por exemplo. Porque somos
responsáveis por mais da metade das verbas de comunicação, trazemos medição de resultados, fazemos
campanhas de vendas e de incentivo que efetivamente são responsáveis por
crescimento dos negócios, empregamos mais que a indústria da propaganda. O
problema é ficar se comparando com a propaganda e isso chega ao cliente. Somos
complementares, um não anda sem o outro, então me responda porque temos que
ter tratamento diferente no
formato comercial do negócio?
T.P.: Qual a sua relação com a Ampro? E qual a
importância da Associação para o setor?
G.B.: Acho que a Ampro vem buscando saídas, vem se
reinventando. Por outro lado, ainda não há um consenso com relação ao
comportamento frente ao cliente. Não estamos unidos, coesos sobre termos
cruciais como o modelo de concorrência, remuneração, contratos, estrutura
operacional das agências. Ainda tem fornecedor de promoção concorrendo com agência,
ainda tem agência de cinco pessoas competindo com médias e grandes. Isso tem
que acabar.
T.B.: A sua empresa cresceu mais de 20% em 2011,
comparado ao ano anterior. Chegou a um faturamento bruto superior a R$ 15
milhões. E agora? O que espera do futuro? E o que podemos esperar da Bamberg
Comunicação?
G.B.: Inovação. Por mais que o mercado ainda tenha
medo de inovar, embora só fale em inovação, temos que seguir em frente. É o
nosso modelo. Inovar é sentir frio na barriga todas as vezes em que se começa
algo, pois não se tem referências. Temos que ser precisos, estudiosos, testar
muito antes, homologar sistemas, fazer protótipos e assim garantir uma entrega,
uma gestão perfeita. Sobre o crescimento: não ganhamos dinheiro intermediando
empresas. Nesse aspecto não somos uma “agencia”, na concepção tradicional da
palavra. Nosso negócio é cobrar e bem para desenvolver e entregar soluções
diferenciadas aos nossos clientes. Nosso portfólio é uma prova disso. Não há
quem faça o que fazemos no mercado.
T.B.: A ideia de Tecnologia Promocional parece ser
cara, financeiramente falando, não?
G.B.: Ao contrario. Uma ação analógica, tradicional,
custa às vezes o dobro das nossas soluções. A tecnologia serve para isso:
minimizar custos operacionais e garantir um retorno sobre o investimento em
tempo real, de forma transparente aos nossos clientes. Há quem se surpreenda
com o que fazemos aqui. Outro dia um cliente nos deixou muito felizes. Ele
disse: “o que vocês fazem não é só promoção. É ciência”. Um outro importante
cliente nos disse: “Vocês estão criando um novo mercado”. Essas coisas
justificam a enorme responsabilidade que temos aqui.
T.B.: Qual o case de maior sucesso? Aquele que
surpreendeu até a agência? E qual aquele que você mais tem orgulho de dizer
“fui eu quem fiz”?
G.B.: Difícil dizer sem ser injusto com alguém.
Nosso acervo é farto. Claro que existe aquele negócio do “primeiro sutiã a
gente nunca esquece”, não é? E o nosso primeiro sutiã foi o desafio de criar
uma ação que não existia similar no mundo: a criação de uma ação de premiação
instantânea para cartões de crédito e débito diretamente nas maquininhas de
POS. Quebramos a cabeça quatro meses. A gente foi lá e fez. Temos muito
orgulho. Essa ação abiu as portas para soluções em móbile, rádio freqüência, e
tantas outras tecnologias. Eu os convido a conhecer o nosso acervo. Aqui nós
não temos produtos “de prateleira”. Cada solução é exclusiva, nova e o que já
fizemos a gente chama de “Nosso museu de novidades”, plagiando Cazuza.
Muito boa a entrevista!
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